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quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Grande Irmão (ironia ou verdade profunda?)

Ao longo dessa e da passada semana certo vazio preencheu o cotidiano da maioria dos brasileiros - ao menos daqueles que convivo frequentemente - e parte dos nossos diálogos diários. Nada importante, crucial. Mas, não obstante, o trivial igualmente possui o seu valor. Afinal, o que seríamos se tão somente existissem seriedades em nossas particularidades? Está incluído no processo de evolução o ato de brincar - acho que ouvi tal afirmativa em alguma remota aula perdida de meu passado acadêmico, eh eh eh! Pois bem, a hora é essa. Discursarei sobre futilidades, afinal!... E atire a primeira pedra quem nunca o fez - no caso aqui que será discursado, que desliguem a TV! O assunto, óbvio: o programa mais comentado do primeiro trimestre do ano. Dessa vez de forma avassaladora, jamais presenciada por minha pessoa. Eu cá sou macaco velho, acompanho-o desde a primeira edição. No início, unicamente aqueles despojados de cultas aparências assumiam tal interesse; mas nesse ano, promotores, médicos, gente simples - assim como as complexas! -, gente “da grana”, as ditas inocentes etc., e também aquelas pessoas racionais e masculinas demais para se interessar pelo comportamento humano... Enfim, todos ao meu redor se aproximavam para comentar sobre tal assunto; talvez apenas por cordialidade, quiçá para não se sentirem excluídas, vai saber!... E o assunto, senhores, desde janeiro - na verdade, para mim desde há muito tempo! -, o único, o polêmico, o turbulento, o curiosíssimo jogo da vida real. Sim, sim, Big Brother Brasil também é cultura, quá-quá-quá!
Pois bem, em qualquer disputa, independentemente de motivo ou razão, o primeiro prêmio é sempre o primeiro prêmio - e assim não seria diferente em nosso aclamado reality show; chamo-o de nosso por dirigir estas palavras a todos os que participaram de alguma de suas interatividades durante esses setenta e oito dias. Portanto, sem demagogias, BBB não se trata de causas nobres - as personagens são criadas com o intuito de se destacarem umas mais que as outras. E estendo tal afirmativa igualmente para toda e qualquer simples inscrição realizada, incluindo-me também nesse pacote, ou quiçá, intenção de participação. Afinal de contas, estamos lidando com fatores que se contradiriam eternamente, caso isso fosse diferente. Quando o assunto é tal programa, tal jogo, a sua essência não é outra senão comportamento humano - e ao citar comportamento humano, o indivíduo e o egocentrismo são a sua comissão de frente. Por fim, cada ser nele inserido - e aí há algo de obrigatório, condicional, requisito básico para ser credenciado a tal embate -, como de praxe, ostentará orgulhos, vaidades, altivez e uma vontade inefável de conquista, reconhecimento. Ora, como encontrar irmandade e devoção nisso tudo? Só existe um primeiro prêmio! Aí está a maior incoerência que já detectei ao longo dessas dez edições, senhores. E isto, isto continuará existindo por mais vinte, eh eh eh! E por quê? Simples, o ser humano, ordinário ou não, quer acreditar em bondades - no virtuosismo coletivo. E dessa forma, os discursos sobre amizade, altruísmo e os bons costumes perdurarão por não sei quanto mais tempo - mas não se iludam; o intuito, ainda que dissimulado, sempre será o de se sagrar vencedor.
(E de fato, não é bem isso o que vemos todos os anos, correto? Enfim, continuemos, continuemos!)
Não obstante, certos fenômenos que ocorrem em tal âmbito televisivo beiram a sinceridade. Atos bravos de companheirismo, tendências de positivas ações grupais, reciprocidade, entrega mútua etc. E tudo isso devido a um singularíssimo paradoxo: somos egoístas, porém não sabemos viver na solidão. E isto, senhores, isto é comportamento humano - pressionado, testado, tentado, afinal! Enfim, mais cuidado é o que aconselho, quando no exercício de julgar atitudes dentro do referido reality show; como já afirmei em escritas anteriores - e com rara felicidade de minha parte -, "somos todos vis, somos todos belos, lascivos, castos; afinal, palavra, não há estranheza em nenhum ato humano".
Por fim, a única diferença, de acordo com o meu humilde, ainda que sagaz, ponto de vista, entre BBB e vida real é que nesta optamos entre nos exibir ou refugiar-nos - os gostos, as vontades e as necessidades são de cada um; elas existem ou não. Já em nosso querido programa de TV, tal condição é uma obrigatoriedade! Sim, todos ali querem, precisam, anseiam por espaço e atenção - ser o diferencial, trata-se disso e nada mais. E às vezes agindo com fraternidade - pois esta se caracteriza pelo respeito pleno; a entrega é mesmo facultativa -, e por tantas outras desempenhando unicamente os próprios interesses, criam-se poucos campeões e vários figurantes. E aí, senhores, aí há algo de vida, um quê da nossa história, vista, lida e contada ao longo de incontáveis acontecimentos... E por isso, toda essa complexidade presente em semelhante programa tão torpe - em todos os sentidos possíveis, eh eh eh!
Aí está o verdadeiro interesse, senhores: mesmo aqueles que não se mostram gostam também de observar - ou espiar, como se costuma dizer. Já o veredito sobre as falácias de nossos grandes irmãos, deixo-o para a opinião de cada e tão somente um de vocês!...
No mais, nunca se esqueçam da prima finalidade de um BBB: o entretenimento. Afora tal, tudo não passa de suposições, teimas e teorias da conspiração. E que venha logo a próxima edição - e que eu ou um de vocês esteja lá dessa vez... Ora, afinal o importante mesmo é fazer história, quá-quá-quá!

3 comentários:

Josy Fiory disse...

Sempre me surpreendendo ne?? Essa crônica ficou demais.
Logo logo pediremos autografos...rs
Parabens viu? Ta muito boa.

bjos

Unknown disse...

AH, falar de futilidades, peguei o hábito disso, sabia? shauhsiuahahuishuahusaihs Até criei um blog pra isso, depois passa lá, mas , então...
hsuahushaiushua
Gostei do que escreveu... Realmente, fora as hipocrisias, demagogias, todo mundo acaba se envolvendo e se imaginando dentro do BBB. Afeta de uma forma ou de outra, e o que todo mundo quer, se não atenção? Tô saindo, aula acabou! Grande abraço!

Michele Lima disse...

Oi Angelo,

Também assito ao BBB desde a primeira edição e sempre fiquei "passada" com alguns hipócritas que criticam, mas morrem de vontade de assistir (e muitas vezes assitem!)

Eu não acredito que o programa seja uma novela da vida real. Muitos atos no programa são feitos justamente por conta do programa. Tanto algumas atitudes boas quanto más. Porém não dá para generalizar. E na verdade nem julgar. Às vezes o público julga como se os participantes fossem criminosos, gente da pior espécie, mas não se deve levar tais programas tão a sério. Afinal é entretenimento!